Casarões abandonados do bairro do Pilar serão reformados para virar moradia.
- Aline Xavier

- 1 de mai. de 2023
- 2 min de leitura

No último dia 27, o prefeito de Salvador, Bruno Reis, apresentou um pacote de projetos de revitalização do centro histórico de Salvador. Entre eles a restauração de casarões abandonados no bairro do Pilar e Comércio, para transformá-los em moradia.
Segundo o prefeito, a Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) mapeou aproximadamente 3000 imóveis, que se enquadram nos requisitos do projeto. Atualmente estes imóveis precisam passar por reformas, para terem condições de voltarem a ser habitados.
O projeto será executado por meio do programa habitacional Minha casa Minha vida, em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e parcerias público-privada (PPP).
O bairro do Pilar está localizado entre as regiões de Águas de Menino e o bairro do Comércio. O complexo arquitetônico do bairro do Pilar foi construído em meados do século 17, com características arquitetônicas barroca, rococó e neoclássica. Em 1938 foi considerado Monumento Nacional pelo Iphan.
Lá se destaca a igreja Nossa Senhora do Pilar, construída no séc. XVIII, que tem como padroeira Santa Luzia, conhecida como protetora dos olhos.

Há também o plano inclinado, que liga a localidade ao Santo Antônio Além do Carmo. Construído em 1897. O plano passou um período fechado, sendo reinaugurado em 2005. Hoje está em funcionamento.

Transformar os casarões abandonados é uma boa ideia? Eu diria que depende. Vou explicar o porquê.
De fato, o complexo arquitetônico do Pilar não deve ficar abandonado, sofrendo ação do tempo, sem nenhum tipo de manutenção. Esse complexo faz parte do patrimônio histórico do nossa cidade e precisa ser preservado. Transformá-los em moradias é uma ideia ótima. Resolveria dois problemas em um: a restauração de imóveis e o déficit habitacional.

Mas, é preciso ser feito com cuidado e planejamento. Não basta reformar o imóveis e entregar a população. Se assim for feito, o tiro pode sair pela culatra e em vez de haver a redução dos problemas de violência na região, ocorrer o inverso.
Como foi dito pelo prefeito, o projeto será realizado pelo programa Minha casa Minha vida. O PMCMV é dividido em quatro faixas, conforme a renda familiar. A faixa 01, que é o grupo que concentra o maior déficit habitacional e para quem será destinada esse projeto, são famílias carentes, com renda de até R$ 2640,00.
Em 2020 realizei um estudo sobre empreendimentos imobiliários faixa 01 do PMCMV e constatei que, na sua maioria, os empreendimentos dessa faixa apresentam diversos problemas. Esses empreendimentos são destinados para parte da população mais carente, que enfrentam diversos problemas sociais, econômicos e muitas vezes, envolvimento com a criminalidade.
Não basta entregar apenas o imóvel, é preciso que haja um apoio a esses contemplados. É preciso pensar em escolas, postos de saúde, segurança pública e até mesmo orientação na manutenção dos imóveis. Não deve ser apenas a reforma de imóveis, deverá ser uma reformulação de vidas.
Por Aline Soares.
*As imagens utilizadas no post não são autorais, todas foram retiradas do google imagem e bancos de imagens apenas para exemplificar o texto. Caso eu esteja utilizando alguma foto sua, preliminarmente já pelo desculpas. Por gentileza, entre em contato, para que seja atribuído os devidos créditos ou, caso prefira, seja retirada a imagem do blog.



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